A Construção do currículo de Sociologia em um Colégio de Aplicação
Palavras-chave:
Educação básica. Ensino de sociologia. Sociologia., Colégio de Aplicação, CurrículoResumo
O presente trabalho busca compreender como os componentes curriculares de Sociologia foram desenvolvidos em um colégio de aplicação. Modelo de escola vinculado às universidades, essas instituições gozam de autonomia pedagógica, incentivo à pesquisa e liberdade para experimentações didáticas e para a formação docente, construindo, assim, seus próprios modelos curriculares. Para tanto, foram analisados diários de classe e planos de curso de um desses colégios, abrangendo o período de 2010 a 2016, com o objetivo de compreender as dificuldades enfrentadas na construção do currículo, bem como os conteúdos, conceitos, métodos e recursos intertextuais utilizados pelos educadores em sala de aula. A análise dos documentos revelou a existência de um currículo alinhado às orientações oficiais; a ocorrência de pequenas mudanças ao longo dos anos; e que, no último ano analisado, os conteúdos curriculares foram os mais inovadores e próximos à realidade dos educandos.
Referências
ALEXANDER, Jeffrey C. A importância dos clássicos. In: GIDDENS, Anthony & TURNER (orgs.). Teoria Social Hoje. São Paulo: Editora UNESP, 1999.
BOÉTIE, Étienne de La. Discurso da servidão voluntária. São Paulo: Brasiliense, 1999.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Decreto-Lei nº 9.053, de 12 de março de 1946. Cria um ginásio de aplicação nas Faculdades de Filosofia do País. Rio de Janeiro, Diário Oficial da União - Seção 1 - 14/3/1946, Página 3693.
BRASIL. Filosofia e sociologia no ensino médio. 2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/211-218175739/12143-filosofia-e-sociologia-no-ensino-medio . Acesso em: 10 de março de 2009.
BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1996.
BRASIL. Lei nº 8745, de 09 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 de dezembro de 1993.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular – Ensino Médio. Brasília: MEC, 2018.
BRASIL. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: volume 3. Ciências Humanas e suas tecnologias. Secretaria de Educação Básica – Brasília, 2006a.
BRASIL. Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+). Ciências Humanas e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2006b.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio - Ciências Humanas e suas Tecnologias. Brasília: MEC, 2000.
BRITO, Alba Fernanda Oliveira. O diário de classe e a cultura material escolar do curso técnico regular em mecânica da escola técnica federal de São Paulo (1986-1989). Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Educação: História, Política, Sociedade, SP, 2016.
BRUNO, André Simões Chacon. Considerações sobre violência e civilização em Norbert Elias. In: Cadernos Zygmunt Bauman, vol. 7, num. 14, 2017.
CASTAÑEDA, Carlos. A Erva do Diabo. 3ª. Ed. Rio de Janeiro: Record, 1968.
CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
DA MATTA, Roberto. O ofício do etnólogo, ou como ter anthropological blues. In: NUNES, Edson Oliveira. A Aventura Sociológica. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1978.
DAENS – UM GRITO DE JUSTIÇA. Direção de Stijn Coninx. Produção de Dirk Impens et alli. Favourite Films. 1993. DVD. Som. Color.
DAYRELL, Juarez; REIS, Juliana Batista. “Juventude e Escola: Reflexões sobre o Ensino da Sociologia no Ensino Médio”. In: XII Congresso Brasileiro de Sociologia. Recife, UFPE, 2007.
DURKHEIM, Émile. Da Divisão do Trabalho Social. São Paulo: Martins Fontes: 1999.
ELIAS, Norbert; SCOTSON, John L. Os Estabelecidos e os Outsiders: Sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000.
FRANGELLA, Rita de Cássia Prazeres. Colégio de aplicação e a instituição de uma nova lógica de formação de professores: um estudo histórico no Colégio de Aplicação da Universidade do Brasil. In: Anais 1º CBHE, 2000.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.
JOHN DEWEY. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2019.
KILPATRICK, William Heard. In: WIKIPÉDIA, the free encyclopedia. Flórida: Wikimedia Foundation, 2024.
LANDINI, Tatiana Savoia. “A Sociologia Processual de Norbert Elias”. In: IX Simpósio Internacional Processo Civilizador: tecnologia e civilização, Ponta Grossa, 2005.
LIMA, João Francisco Lopes de. Educar para a democracia como fundamento da educação no Brasil do século XX: a contribuição de Anísio Teixeira. In: Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 39, p. 225-239, jan./abr. 2011. Editora UFPR.
MARTINS, Glaucia Moreira Monassa. Prestígio escolar: uma corrida de obstáculos – um estudo sobre o Colégio de Aplicação da UFRJ. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2015.
MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista (1848). Porto Alegre: L&PM, 2001.
MELLO, Vitor Rebello Ramos. A construção do currículo de Sociologia em um colégio de aplicação. Monografia (Graduação) – Universidade Federal Fluminense, Centro de Ciências Humanas e Filosofia, Curso de Ciências Sociais, Niterói, 2019.
MINER, Horace. Ritos corporais entre os nacirema. In: A.K. Rooney & P.L. de Vore (orgs). You and the Others - Readings in Introductory Anthropology. Cambridge: Erlich, 1976.
MINHA VIDA EM COR DE ROSA. Direção de Alain Berliner. Produção de Alain Berliner, Carole Scotta, Jim McGrath e Jacqueline Pierreux. Canal+ e Freeway Films. 1997. DVD. Som. Color.
MONTAIGNE, Michel de. Dos canibais. Os Ensaios (3 volumes). Tradução de Rosemary Costhek Abílio. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira & OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.
ROCHA, Everardo. O que é etnocentrismo. 11ª. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Coleção Primeiros Passos, 124).
ROSA, Ana Francisca Marques Nunes. A relação de alunos do Ensino Médio com os saberes sociológicos: o caso do Colégio de Aplicação da UFRJ. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2017.
SAHLINS, Marshall. A sociedade afluente original [1972]. In: Cultura na prática. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2004.
SCAPATÍCIO, Márcia; SANTOMAURO, Beatriz. Colégios de Aplicação são ilhas de excelência no Brasil. In: Nova Escola, edição 250, março de 2012.
SCHEURMANN, Erich. (org.) O papalagui. São Paulo: Marco Zero, 1984.
SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO. Currículo Mínimo de Sociologia. Rio de Janeiro, 2012.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Centro de Filosofia e Ciências Humanas/ Colégio de Aplicação. Projeto Político-Pedagógico. [s/d].
VIDAL, Diana Gonçalves. Escola Nova e processo educativo. In: LOPES, Eliane Marta Teixeira; FILHO, Luciano Mendes de Faria & VEIGA, Cynthia Greive. 500 anos de educação no Brasil. 2ª edição. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
VELHO, Gilberto. Observando o familiar. In: Individualismo e Cultura. Rio de Janeiro. Zahar, 1981.
WEBER, Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Vitor Rebello Ramos Mello
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Proposta de Política para Periódicos que oferecem Acesso Livre Adiado
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution [ESPECIFICAR TEMPO AQUI] após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).